Há dias de entrar no nono mês de gestação, minha ansiedade de estimação volta a dar o ar da graça. Tenho tentado estar o mais informada possível, lendo o máximo de post, noticias, além das redes sociais estarem inundadas com dicas de profissionais dividindo conhecimentos. Mas a sensação de desespero persiste, ainda que perene.
Na ultima consulta com o médico que irá acompanhar meu parto conversamos muito sobre como havia sido estes meses de aprendizado, deixei claro que sabíamos o que era a violência obstétrica e meu acompanhante estava instruído a chamar as autoridades locais se notasse que algum procedimento sem autorização estivesse sendo feito durante o trabalho de parto. Por sua vez, o doutor pareceu bastante tranquilo e seguro a respeito do seu lugar durante e que nesse nosso momento (meu e do meu filho) dizendo que seria apenas um coadjuvante atento para entrar em ação apenas em casos de necessidade.
Foi então que nos preparou para os momentos em que antecediam o alumbramento, e por razão do afeito do anestésico endógeno, entraria em êxtase, sem controle das minhas faculdades mentais e que teria fim com o nascimento da criança.
Nesse momento pude imaginar que o parto seria uma especie de transe, onde os tais anestésicos endógenos me levariam a outra dimensão, onde teria que encontrar meu filho em meio ao caos e traze-lo ao planeta Terra, e, ao final desse processo, mãe e bebe estariam, juntos, ao lado do pai, celebrando este incrível encontro.
Claro que esta cena de filme teria que, obrigatoriamente, fazer parte de um parto normal. É meu desejo, mas tudo pode mudar, não sabemos como será esse encontro. O psicologo me alertou que este encontro poderia ser maravilhoso ou não. Quando irei aprender que vivemos num mundo de incertezas?
Segue uma pequena playlist de músicas para transe:
1- The end (The Doors)
2- All along the wathctower (Jimi Hendrix)
3- Arauco tiene una pena (Los Jaivas)